Por: Caio Saad
Centenas de mísseis balísticos foram lançados em direção a Israel, informou a agência de notícias do governo do Irã nesta sexta-feira, 13, dando início à resposta planejada por Teerã aos ataques israelenses contra território iraniano, na quinta-feira.
“Momentos atrás, com o lançamento de centenas de mísseis balísticos diversos em direção aos territórios ocupados, começou a operação de resposta decisiva ao ataque selvagem do regime sionista”, informou a agência de notícias oficial do Irã, IRNA.
Segundo a Guarda Revolucionária, os ataques de retaliação miram “dezenas de alvos, centros militares e bases aéreas” israelenses, em uma operação nomeada “Promessa Verdadeira 3”.
Pouco depois do anúncio, as Forças de Defesa de Israel afirmaram ter identificado o lançamento de mísseis. Munições iranianas caíram sobre uma comunidade em Tel Aviv, mas até o momento não há relatos de feridos, de acordo com um porta-voz da polícia israelense. Na cidade de Ramat Gan, perto de Tel Aviv, sete pessoas ficaram “levemente feridas”, segundo o chefe dos serviços de emergência.
“Todo o território de Israel está sob fogo” de projéteis iranianos, disseram as Forças de Defesa de Israel no X, antigo Twitter.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta sexta-feira, que “Israel não sairá ileso” por realizar uma série de ataques ao país. Mais de 70 pessoas foram mortas, incluindo seis cientistas nucleares, e outras 390 ficaram feridas na operação, que teve início na noite de quinta-feira. Ao prometer retaliação, ele disse que as forças iranianas “agirão com força” e deixarão Israel “miserável”.
“Alguns dos comandantes e cientistas foram mortos, mas seus substitutos assumirão imediatamente as funções. E o regime sionista, com esse crime, criou um destino doloroso e amargo para si mesmo, e certamente o receberá”, discursou ele à nação.
Mais cedo, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, também prometeu uma resposta à operação israelense e frisou que fará com que “Israel se arrependa de seu ato tolo”. Antes dele, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Seyyed Abbas Araqchi, afirmou em carta às Nações Unidas que os ataques foram uma “declaração de guerra”. O chanceler também pediu que o Conselho de Segurança da ONU “resolva imediatamente esta questão” e definiu que a ação do governo israelense como uma “grave violação da soberania do Irã”.
Onda de ataques
Israel abriu uma investida com aviões de guerra que lançaram mísseis sobre a capital iraniana, Teerã, na noite de quinta-feira. Segundo Tel Aviv, a ação mirava instalações nucleares do país, “com o objetivo de prejudicar o programa nuclear iraniano e em resposta à agressão contínua do regime iraniano contra Israel”.
Trata-se da maior investida contra a nação árabe desde a guerra Irã-Iraque na década de 1980. Há civis entre as vítimas, informou a imprensa iraniana. Entre os mortos também estão comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, o comandante do Estado-Maior das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e ao menos seis cientistas ligados ao programa nuclear iraniano.
A operação ocorre poucos dias antes de autoridades americanas e iranianas participarem da sexta rodada de negociações sobre um acordo nuclear. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez seus primeiros comentários sobre o episódio em uma publicação nas redes sociais, instando o Irã a chegar a um acordo com seu país “antes que seja tarde demais”.
Ele acrescentou: “Agora todos estão mortos e a situação só vai piorar, mas ainda há tempo para impedir esse massacre — antes dos próximos ataques, que devem ser ainda mais brutais. O Irã precisa chegar a um acordo. Apenas façam isso, antes que seja tarde demais. Deus abençoe a todos!”
Redação com Veja
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